OBESIDADE INFANTIL


Há alguns anos, a desnutrição era a doença que mais assustava os pais e até mesmo os governantes. Nos últimos anos, porém, esse quadro se inverteu. Ainda existem muitas crianças desnutridas no Brasil, mas a quantidade das que estão com peso acima do indicado para sua altura e idade cresce assustadoramente. E o que mais assusta são as conseqüências que o sobrepeso pode trazer no futuro, como o aparecimento de diabetes, hipertensão, doenças cardíacas, etc.

Mas quais são as causas desse crescimento incontrolado? Vários fatores influenciam o aparecimento da obesidade infantil: predisposição genética, vida sedentária, hábitos alimentares pouco saudáveis (que incluem alimentos ricos em gorduras e açúcares), entre outros.

Estudos mostram que a maioria dessas crianças não possui nenhuma doença capaz de gerar obesidade, mas, sim, têm um modo de vida que as predispõe a isso, como a influência da mídia na alimentação, o acesso fácil a comidas do tipo fast food, salgadinhos industrializados, doces confeitados, refrigerantes, alimentos de preparo instantâneo, pães, enlatados e o excesso de gordura na alimentação. Além disso, hoje, devido à preocupação com a segurança ou mesmo por estilo de vida, as crianças não brincam mais na rua, correndo ou passeando de bicicleta, e acabam passando muito tempo em frente à TV, ao videogame ou ao computador.

O tratamento da obesidade infantil não é fácil. Corrigir maus hábitos alimentares, adquiridos em casa ou na convivência com outras famílias, é o ponto central na terapêutica. Como essa doença é multifatorial, ou seja, apresenta várias causas, o tratamento também deve envolver vários profissionais, como o pediatra, o nutricionista, o psicólogo e o professor de Educação Física. É importante prever uma dieta que seja adequada à idade e à fase de crescimento e desenvolvimento da criança para que não haja comprometimento em nenhum aspecto. A criança deve estar ciente de seu problema. Estudos mostram que, quando uma criança não tem vontade de iniciar um tratamento, este acaba por não trazer o resultado esperado. Portanto, a conscientização é imprescindível para que haja efetiva perda de peso. Além disso, não se deve proibi-la de comer determinados alimentos, mas, sim, incentivá-la para que os consuma com moderação ou os substitua por similares menos calóricos, como, por exemplo, o presunto convencional por peito de peru ou de chester. Também é importante estimular a criança a ingerir alimentos mais naturais e saudáveis, como frutas e verduras.


DICAS PARA OBTER SUCESSO EM UMA DIETA:

- Não se deve ingerir líquidos durante as refeições, mas uma ou duas horas antes ou depois delas;

- Deve-se comer devagar, mastigando muito bem os alimentos;

- As refeições devem ser realizadas em um ambiente agradável e tranqüilo;

- A família toda deve estar envolvida no tratamento;

- Não se deve repetir as preparações em uma mesma refeição;

- Não se deve “pular” refeições;

- É importante fazer de 5 a 6 refeições por dia;

- Deve-se fazer as refeições à mesa, com a família, e longe da TV e do computador;

- A prática de exercícios, de preferência diária, é imprescindível.

Perder peso não é uma tarefa fácil, mas é muito melhor para a criança quando sua família está envolvida nesse processo. Nesse caso, a possibilidade de sucesso no tratamento aumenta consideravelmente. As mudanças de comportamento devem ser incorporadas aos hábitos alimentares da criança e da família.

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