EXERCÍCIO E ESTRESSE OXIDATIVO



O exercício ocasiona consumo de oxigênio, o que desperta o interesse sobre a formação de radicais livres e o estresse oxidativo.







É sabido que o consumo de oxigênio aumentado durante e após o exercício ativa caminhos metabólicos específicos que resultam na formação de radicais livres, principalmente no caso de exercícios de alta intensidade.





Estresse oxidativo corresponde à formação aumentada de radicais livres e à incapacidade do sistema antioxidante combatê-los. Isso ocorre em situações de grande demanda física, como certas doenças (infecções, cânceres, diabetes, doenças reumatológicas, doenças neurodegenerativas, etc), déficit nutricional, estresse psicológico e esforço físico exagerado.

Os radicais livres agem na membrana das células, no DNA e em proteínas, acarretando lesões que são responsáveis por alterações da função celular.


O desequilíbrio da produção de radicais livres e, portanto, o estresse oxidativo é que precisa ser combatido, não os radicais livre em si. Nosso organismo, por exemplo, precisa de radicais livres para: a ativação do sistema imunológico e combate de infecções bacterianas; produzir óxido nítrico (NO) e, assim, prevenir o desenvolvimento de hipertensão arterial; e agir em processos de detoxificação de medicamentos no fígado.


Estudos apontam que a produção de radicais livres é aumentada quando o organismo é exposto ao exercício físico de alta intensidade, bem como aqueles realizados por longos períodos ou efetuados até a exaustão. É interessante observar que o treinamento físico programado ao expor o organismo ao aumento da produção de radicais livres, promove o processo de adaptação. Nesse processo de adaptação do organismo ao exercício, há o aumento da expressão gênica e, por consequência, a produção de enzimas antioxidantes: catalase, glutationa peroxidase e superóxido dismutase. A literatura mostra que corredores e triatletas possuem atividade aumentada de superóxido peroxidase. A glutationa peroxidase é dependente de selênio e sintetizada a partir da glutamina e a superóxido dismutase é dependente de cobre, zinco e manganês. Desse modo, podemos inferir que a dieta está envolvida no processo adaptativo da formação de radicais livres no exercício programado.


É importante apontar, também, o mecanismo de defesa antioxidante não enzimático, o qual engloba nutrientes específicos e reforça o papel da dieta na prevenção e controle do estresse oxidativo. São eles: a vitamina C, a vitamina E, o beta caroteno, os polifenóis e a coenzima Q.


Recentemente, foram publicados trabalhos associando estresse oxidativo, exercícios de longa duração e/ou extenuantes a dieta rica em antioxidantes e a expressão gênica de enzimas antioxidantes. A manutenção dos estoques antioxidantes do organismo depende intrinsecamente da ingestão de determinados grupos de alimentos ou da suplementação controlada de nutrientes. Em caso de suplementação, atenção deve ser redobrada, pois o excesso de cobre, ferro e vitamina A age como pró-oxidante, facilitando a síntese de radical hodroxil – a harmonia entre vitaminas e minerais é para a adequada ação antioxidante.


Portanto, a dieta é importante fator para promoção e manutenção do balanço oxidante/antioxidante para atletas e praticantes regulares de exercícios de alta intensidade. Cereais integrais, leguminosas, carnes, sementes oleaginosas, hortaliças, frutas e laticínios devem ser consumidos em quantidades recomendadas e personalizadas para que as necessidades nutricionais sejam atingidas. O uso de suplementação deve ser avaliado e prescrito por NUTRICIONISTA em casos específicos.

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